Na manhã desta quinta-feira (5) a Polícia Civil realizou a “Operação Magia Negra”, com o objetivo de cumprir mandados de prisão dos indivíduos envolvidos na morte da criança de nove meses, em um ritual espiritual em aldeia indígena, no município de Miranda (MS).
O mandado de prisão foi expedido após o trabalho de investigação feito pela Polícia Civil e após a representação pela prisão preventiva dos autores, por parte da autoridade policial. Os pais da criança e dois curandeiros foram presos e serão indiciados pelo crime de homicídio qualificado pelo meio cruel.
Segundo informações policiais, o crime aconteceu em fevereiro deste ano, quando os pais da criança de nove meses a levaram ao Hospital Regional, já em óbito. A criança apresentava diversas lesões e queimaduras pelo corpo, todas circuladas com tinta vermelha e cobertas por uma espécie de pó preto.
Ela foi levada ao hospital pelos pais e outros parentes, que alegaram apenas que o bebê estava com “sapinho” e que ainda estaria viva, entretanto, foi constatado que não haviam indícios de sapinho e a criança já estaria morta há pelo menos 40 minutos.
O fato que causou estranheza é que, após a notícia do óbito, os pais e parentes reagiram com extrema frieza, sem reação compatível com o falecimento de um filho, levantando suspeitas de que já sabiam que a criança estava morta. O laudo necroscópico concluiu que a criança faleceu de septicemia (infecção generalizada), provavelmente decorrente da lesão na inguinal.
Em apurações preliminares, levantou-se a linha de investigação sugestiva da prática de ritual espiritual com a criança. Após investigações, os pais confessaram que levaram o filho de nove meses a uma dupla de curandeiros locais. A criança foi submetida a procedimentos espirituais durante quaro dias seguidos, num local chamado “santuário”.
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