O MPE-MS (Ministério Público Estadual) quer a prisão preventiva de Sueli da Silva, de 56 anos, acusada de ter ajudado a planejar o homicídio e atraído a detetive particular Zuleide Lourdes Teles da Rocha, de 57 anos, para o local onde foi morta com um tiro na cabeça no dia 19 de junho, no bairro Vival dos Ipês, em Dourados.
Ainda na quinta-feira (24), a promotora de Justiça Claudia Loureiro Ocáriz Almirão recorreu da decisão proferida no dia anterior pelo juiz Caio Márcio de Britto, que concedeu a liberdade para a indiciada mediante recolhimento na própria residência aos sábados, domingos e feriados, bem como diariamente de 19h às 6h, e proibição de se comunicar, seja pessoalmente, por e-mail, por mensagens SMS, Whatsap, com qualquer parente da vítima ou dos demais acusados.
O magistrado em substituição na 3ª Vara Criminal afirmou entender que as medidas cautelares impostas são suficientes inclusive em decorrência de Sueli “ser mãe de uma criança e um adolescente que, mesmo que possam eventualmente estar sob os cuidados dos pais, necessitam da presença da mãe, até que sobrevenha uma eventual condenação definitiva no âmbito deste processo”.
No entanto, o MPE insiste na prisão preventiva da indiciada “para garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal”.
Para a Promotoria de Justiça, a conduta imputada a Sueli é grave, “consistente em homicídio qualificado, perpetrado em concurso de agentes, com emprego de arma de fogo, por motivos a serem esclarecidos, mediante planejamento prévio e divisão de tarefas, no qual a recorrida participou não apenas atraindo a vítima para o local do crime, mas possibilitando que o grupo se reunisse em sua residência para as tratativas voltadas à consumação do assassinato, guardando a arma de fogo em sua casa e dando abrigo a um dos executores”.
O MPE aponta também indícios de que, como “guia espiritual” de Givaldo, ela tenha “influenciado negativamente em sua disposição para a prática do crime, na medida em que o aconselhou a matar a esposa para resolver os conflitos conjugais, o que evidencia extrema periculosidade”.
Ainda segundo a promotora de Justiça Claudia Loureiro Ocáriz Almirão, “o conjunto probatório, ainda que de forma preliminar, traz indícios bastantes de que, durante meses, a recorrida Sueli da Silva e Givaldo Ferreira dos Santos premeditaram a execução da vítima e articularam planos juntamente com José Olímpio de Melo Junior e Willian Ferreira dos Santos, para atrair Zuleide ao local em que foi assassinada, sob o pretexto de que seria contratada para um serviço de investigação particular”.
Além de ajudar a produzir um álibi para o mandante do crime e para que o filho dele estivesse na cidade e retornar a Mato Grosso sem manter contato com eventuais testemunhas, ela cedeu a própria casa.
“Mas não é só isso. A gravidade em concreto do crime e a periculosidade da recorrida reflete no fato de que foi Sueli da Silva quem efetuou a ligação para a vítima, atraindo-a ao local onde foi executada por José Olímpio de Melo Junior, que se fazia acompanhar de Willian Ferreira dos Santos. Após a execução do crime, José Olímpio e Willian retornaram para a casa da recorrida, onde deixaram a arma do crime, planejado há dois meses”, pontua o MPE.
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