O barraco onde morou por 50 dias, já abrigou gente por mais de 50 anos. É o que diz a denúncia de um indígena sobre as condições degradantes de trabalho oferecidas na Fazenda Morrinho do município de Miranda, na região do Pantanal. Segundo o site Campo Grande News, o caso foi encaminhado ao MPT (Ministério Público do Trabalho) e será investigado.
Conforme o indígena, além dele, outro rapaz executava o serviço de instalação de cerca entre os meses de março e abril deste ano. Este mora no barraco. “Antes, o pai dele, que morreu há dois meses, morou lá por 52 anos”, relatou.
O local oferecido como abrigo não tem luz, nem água, é de chão batido e, para cozinhar, é preciso lenha.
A falta de infraestrutura não era o único problema. A execução do trabalho era acompanhada de episódios de humilhação e assédio moral.
Durante o tempo em que estavam na fazenda, os trabalhadores não foram autorizados a ir até a cidade visitar os familiares. A justificativa era aumentar as chances de contrair o coronavírus. A remuneração também foi feita abaixo do combinado.
Os dois não seriam os únicos a serem mantidos nesta situação na propriedade. Outros quatro indígenas estariam trabalhando e sendo abrigados em um antigo barraco de madeira, também sem luz ou água.
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