Mato Grosso do Sul

População está pouco se lixando', diz secretário de saúde com MS líder em alta nos casos de covid

Geraldo Resende diz que muitos negacionistas ligam no leito de morte implorando por vaga

Mato Grosso do Sul vive a pior fase da pandemia com recorde de internados e em 1º do país em percentual de aumento de casos e de mortes. Diante desse cenário, o secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, desabafou sobre o desrespeito da população às recomendações das autoridades de saúde para combater a covid.

"[Aumento de casos] É fruto do desrespeito da população, que está se lixando para as recomendações das autoridades sanitárias", disse o secretário, que criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) diante da situação. "Quem não manja nada se sobrepõe às nossas recomendações. Nosso povo é conservador e idolatra políticas nacionais que recomendam o contrário, tudo isso influenciai no Estado, há uma desobediência cega", observou Resende.

Boletim divulgado na noite de terça-feira (1º) pelo Consórcio dos Veículos de Imprensa, com base em dados oficiais das secretarias estaduais de saúde, mostra que Mato Grosso do Sul registra aumento de 59% na média móvel de mortes - considerando os óbitos dos últimos 7 dias, o maior do país. 

Nesta quarta-feira (02), o boletim da covid do governo estadual vai confirmar, novamente, mais de 50 mortes nas últimas 24h. Assim, MS chega a 6.917 óbitos e se continuar nesse ritmo, chega a 7 mil vidas perdidas na sexta-feira (04).

Decretos ignorados

Questionado se, diante da situação, não seria necessário tomar medidas restritivas mais severas para controlar o avanço da covid, Resende disparou: "qual decreto vai fazer a pessoa ficar, se não tem consciência de ficar em casa?".

E continuou: "as pessoas estão rindo, levando na chacota. Fazem graça com o pessoal da segurança pública".

Então, o secretário lembrou que MS está com recorde de internados e o sistema de saúde aponta ocupação de 102% em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), ou seja, existem pacientes improvisados nos hospitais. "Muitos que são negacionistas, quando estão no leito de morte, ligam para o secretário, me criticam. Eu diria até que [o desrespeito às medidas sanitárias] chega a ser um desapego à vida que as pessoas tem em MS", concluiu.

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