Após recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Mato Grosso do Sul espera iniciar a aplicação da dose de reforço em idosos em breve. Para que a 3ª dose se torne uma realidade, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) aguarda o aval do Ministério da Saúde. Enquanto isso, a prioridade é avançar com a D2 (segunda dose), o objetivo da secretaria é atingir 70% dos adultos completamente imunizados antes de voltar a vacinar os idosos.
O secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, explica que aguarda o recebimento de novas doses de vacina. Com os próximos lotes previstos, ainda não é possível iniciar a aplicação da 3ª dose.
“[Esperamos] iniciar nas próximas semanas a terceira dose. Vamos começar em idosos a partir dos 80 anos e idosos a partir dos 60 anos com comorbidades. Depois, os profissionais da saúde”, disse Resende.
Na quarta (18), o ministro Marcelo Queiroga comentou que a 3ª dose será feita em idosos e profissionais da saúde. O ministro da Saúde não informou quando a dose de reforço começará no Brasil e disse que mais dados científicos são necessários.
Enquanto o Ministério não aprova, Mato Grosso do Sul segue com o objetivo de avançar na aplicação da D2, para alcançar o máximo de adultos completamente imunizados. “Vamos caminhar como estamos fazendo. Vamos completar [a vacinação] nos adolescentes e avançar em D2. Estamos em 52% [dos adultos] com D2. Com essa próxima remessa, vamos chegar próximo de 60%. Queremos 70% de D2 para começar a dose de reforço em idosos”, explicou o secretário de Saúde.
Coronavac em adolescentes
A Anvisa rejeitou o pedido do Instituto Butantan para o uso da vacina Coronacac em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos. Em reunião na quarta-feira (18), a diretoria colegiada da agência avaliou que não é possível concluir sobre a eficácia e a segurança da dose nessa faixa etária. “Os dados de imunogenicidade deixam incertezas sobre a duração da proteção conferida pelo imunizante”, informou em nota.
Aplicar doses da Coronavac em adolescentes era um dos objetivos da SES. Em live na terça (17), o secretário disse que aguardava definição para aplicar doses da vacina da Sinovac nos adolescentes, enquanto doses da Pfizer e Astrazeneca seriam para 3ª dose dos idosos.
Diante da negativa da Anvisa, o secretário explicou que aguarda mais informações. “O Butantan ainda vai remeter mais materiais para análise da Anvisa, espero que tenha solução para essa situação”, afirma Geraldo Resende.
Mas, afinal, por que voltar a vacinar os idosos?
Um levantamento da SES apontou que as mortes por coronavírus voltaram a aumentar entre os idosos em Mato Grosso do Sul. As mortes acontecem mesmo em idosos com o ciclo vacinal completo e, segundo o levantamento, a idade é um fator de risco independente para o agravamento da Covid-19, onde o sistema imunológico responde menos à produção de anticorpos.
O secretário Geraldo Resende afirma que há uma queda na imunidade adquirida pelos idosos ao longo do tempo. “[Temos] especialistas apontando para a dose de reforço, estamos advogando que possa acontecer em Mato Grosso do Sul. Ao contrário de outros estados que estão em 28, 30 anos, terminamos nossa tarefa aqui”, comentou.
O secretário defendeu que o Estado deve continuar recebendo doses de vacina com a mesma frequência.
O infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Julio Croda, explica que Mato Grosso do Sul tem condições de imunizar os dois públicos. Croda ressalta que a dose de reforço nos idosos é importante e deve ser adotada no Estado. “Acho que seria possível avançar com as duas estratégias ao mesmo tempo”.
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