Um funcionário público comissionado acabou preso neste domingo (26), na segunda fase da operação Dark Money, que cumpriu mandados em Maracaju, a 160 quilômetros de Campo Grande, no dia 22 deste mês, com a prisão de seis pessoas.
O preso era um funcionário público à época e peça chave no esquema que desviou dos cofres públicos mais de R$ 23 milhões, na gestão do ex-prefeito Maurílio Ferreira Azambuja, que ficou foragido por três dias antes de se entregar na última sexta-feira (24).
O mandado de prisão preventiva foi cumprido na área rural de Maracaju, em uma ação conjunta entre policiais civis do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) e da delegacia de Polícia de Maracaju. Também foram apreendidos dois veículos que estavam em sua posse. O homem foi encaminhado para o setor de carceragem da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos).
Presos na operação
Seis pessoas foram presas temporariamente. Imagens aéreas mostram a chegada do comboio trazendo os presos para a Capital. Os presos são: Lenilso Carvalho Antunes, o ex-secretário de finanças do município, Daiana Cristina Kuhn, que já foi secretária municipal de administração, Iasmin Cristaldo Cardoso, que atuou como diretora do Departamento de Tesouraria, Pedro Emerson Amaral Pinto – empresário dono da Tapeçaria Lobo e Fernando Martinelli Sartori, que atuou como assessor especial de gabinete.
Durante a operação, foi apreendido um barco com carretinha, discos rígidos e foi feito bloqueio de diversas contas bancárias, tanto de pessoas físicas como jurídicas. Ao todo, foram R$ 109 mil apreendidos em cheques e R$ 143 em espécie. Armas e joias também foram apreendidas.
Operação mirou servidores públicos
A ação mirou servidores públicos que atuaram no alto escalão do executivo municipal nos anos de 2019/2020, bem como empresários e empresas com envolvimento no esquema. O desvio dos cofres públicos chegou à ordem de R$ 23 milhões, segundo a polícia.
Ainda conforme o Dracco, foi constatada a criação de uma conta bancária de fachada, diversa da oficial e não declarada aos órgãos de controle interno e externo do município, por onde foram promovidos mais de 150 repasses de verbas públicas em menos de 1 ano.
A partir de negócios jurídicos dissimulados, integrantes do alto escalão da prefeitura emitiram mais de 600 lâminas de cheques, que totalizaram mais de R$ 23 milhões, a empresas, sem qualquer embasamento jurídico para amparar os pagamentos.
Muitas das empresas beneficiárias dos valores não mantinham relação jurídica com a prefeitura — licitação, contrato ou meio legal que amparasse a transação financeira. Além disso, não havia emissão de notas fiscais e os valores não eram submetidos a empenho de despesas.
Foram encontrados alvos no Paraná. Um deles acabou localizado e preso em um hotel. As ações foram realizadas em Maracaju, Corumbá, Ponta Porã e Campo Grande e envolveram 60 policiais civis do Estado — e ainda na cidade de Umuarama através de uma equipe da Polícia Civil do Paraná.
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