A isenção da cobrança do PIS/Cofins sobre o preço do óleo diesel, que passou a valer nesta terça-feira (2) em todo o Brasil, não deve trazer um impacto imediato aos consumidores que pararem para abastecer com o combustível nos próximos dias.
O presidente do Sincopetro (Sindicato Comércio Varejista Derivados Petróleo Estado São Paulo), José Alberto Gouveia, explica que o diesel zerado só chegará aos consumidores após a reposição dos estoques atuais das revendedoras. "Mercado é assim mesmo, leva de três a cinco dias para entrar no eixo", afirma.
"Os revendedores têm que vender todo o estoque. Alguns postos têm o giro de um dia, dois dias, uma semana ou até 10 dias", destaca o diretor executivo da Abrilivre (Associação Brasileira de Revendedores de Combustíveis Independentes e Livres), Rodrigo Zingales.
Ele conta que o sistema das distribuidoras também pode alegar a necessidade de repor a mercadoria em um primeiro momento. "Se o posto for comprar o combustível hoje, já vai pagar o valor com isenção do PIS/Cofins, mas nada garante que ele esteja pagando já com a isenção total", avalia.
Zingales alerta ainda que o repasse integral da isenção depende de toda cadeia produtiva do setor. "O produtor do diesel pode tirar o valor isenção e vender para todos os agentes a preços mais baixos. Quando chega nas distribuidoras, ela vê que o preço de compra caiu e pode não repassar a totalidade para o posto, que pode fazer a mesma coisa, para ampliar sua margem de lucro", observa ele, ao lembrar que as quedas de preços anunciadas pela Petrobras raramente chegam integralmente aos consumidores.
restante do valor pago pelo diesel nos postos é composto pela realização de lucros da Petrobras (51%), distribuição e revenda (14%), cobrança de ICMS pelos Estados (14%) e a adição de biodiesel na composição do combustível (13%).
Para encher o tanque de 400 litros de um caminhão com diesel hoje no Brasil, o gasto médio é de R$ 1.673,60. Caso a isenção seja integralmente repassada no preço da bomba, cairá a R$ 1.539,71, valor R$ 133,90 menor.
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