Com estados vizinhos adotando medidas drásticas para contenção do coronavírus, Mato Grosso do Sul está praticamente “ilhado” em meio ao avanço descontrolado da covid-19. Paraná, Mato Grosso, São Paulo e Goiás anunciaram restrições ao comércio e toque de recolher maior que o que vigora em MS.
Desde dezembro, por aqui a única proibição é de funcionamento entre 20h e 05h que durou até janeiro e das 23h até 05h, que está em vigor em todo Estado.
A taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) nesta segunda-feira é alta, sendo de 83,96% em relação às vagas intensivas gerais e de 85,82% referentes às exclusivas para pacientes infectados com o novo coronavírus.
Os índices são praticamente os mesmos encontrados no Mato Grosso, onde foi decretado fechamento do comércio entre 19h e 5h e toque de recolher, das 21h às 5h por 15 dias. Lá, a ocupação de leitos intensivos é de 87,95%, conforme sites locais. No entanto, estava em 97%. Ocorreu que novos 20 leitos foram implantados esta manhã.
No MT, além dessas ações, também está em vigor a limitação, nos supermercados, à entrada de apenas uma pessoa por família e ainda multa de R$ 180 para pessoa física – ou o valor proporcional para empresas – de acordo com a aglomeração e desrespeito ao toque de recolher. Restaurantes e lanchonetes delivery devem atuar até as 22h todos os dias.
“Nossos vizinhos estão tomando decisões que nós tomamos lá atrás. Agora que Paraná, Mato Grosso, São Paulo e Goiás estão tomando essas atitudes. Estão seguindo o caminho que a gente apontou”, sustentou o titular da saúde estadual, Geraldo Resende.
Para ele, foi devido ações antecipadas que os números da pandemia em Mato Grosso do Sul são menos trágicos que em outras localidades. “Não é à toa que temos das melhores performances do Brasil no combate à covid-19”, disse.
“Infelizmente esse processo vai agudizar e acho que casa estado não pode mais tomar decisões isoladas e é preciso trabalhar em unidade as 27 unidades da federação e Distrito Federal e convencer o Governo Federal a tomar medidas únicas para o País”, defendeu Resende.
Quanto a MS, o secretário avalia que toda e qualquer decisão deverá ser tomada em conjunto com os municípios. “Os municípios não podem divergir do Estado nessas decisões”.
Mais vizinhos - Em Goiás, as medidas mais restritas estão sendo adotadas por municípios, sem um decreto geral por parte do governo daquele estado. Lá, além da capital Goiânia, as cidades de Aparecida de Goiânia, Trindade, Nova Veneza, Inhumas, Goianira, Bonfinópolis e Caturaí definiram toque de recolher.
O mesmo foi adotado por Luziânia, Valparaíso de Goiás, Novo Gama, Cidade Ocidental, Santo Antônio do Descoberto e Águas Lindas, que estão na divisa com o Distrito Federal, que está em lockdown. No Estado, a ocupação de leitos de UTI era de 97% esta manhã.
Em algumas cidades estão proibidas festas e eventos sociais por dez dias, escolas com apenas 30% dos alunos e o comércio funcionará com uma série de restrições, como limite no número de clientes e horário de funcionamento, por exemplo.
Já no Paraná, a taxa de internados em vagas intensivas era de 96% semana passada e na madrugada de sexta (26) para sábado (27), à meia noite, começou a valer o decreto estadual com medidas mais restritivas de combate à Covid-19. Entre elas estão o toque de recolher entre 20h e 5h, a proibição de funcionamento de atividades não essenciais e suspensão de aulas presenciais em todo o estado, assim como das cirurgias eletivas.
No Estado de São Paulo, assim como em MS, as medidas são adotadas conforme análise de contaminação, identificada por cores. Lá, algumas cidades estão na fase vermelha, com funcionamento apenas dos serviços essenciais. Municípios na divisa com MS estão entre as fases laranja e amarela.
Em Minas Gerais, a fase mais grave é também identificada pela cor vermelha, com restrição de ocupação de espaços a 50%, máximo de 30 pessoas por evento e distanciamento de 3 metros entre as pessoas. As medidas são adotadas conforme a cor avaliada da cidade.
CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS
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