Covid-19

Em menos de dois meses, dobram mortes por covid de quem não tinha doença prévia em MS

Março e abril registram o maior número de mortes em pessoas sem comorbidades desde o início da pandemia

Cresceu o número de pessoas que morreram por Covid-19 em Mato Grosso do Sul e não tinham nenhuma doença prévia, chamadas comorbidades. Em menos de dois meses, o Estado teve mais que o dobro de vítimas fatais do coronavírus sem histórico de doenças e atingiu 59 óbitos nestas circunstâncias.

Os dados analisados pelo Jornal Midiamax são do Painel Mais Saúde, atualizados até esta segunda-feira (12). De março até 11 de abril, foram registradas 59 mortes por Covid-19 em pessoas sem comorbidades.

O número é 126,9% maior que o registrado nos dois primeiros meses do ano. Em janeiro e fevereiro, MS teve 26 mortes de pessoas sem doenças prévias por Covid-19.

Além disto, em menos de dois meses MS já registrou o maior número de mortes por coronavírus sem histórico de comorbidades desde o início da pandemia. No total, são 200 vítimas fatais da Covid-19 sem doença prévia no Estado.

De acordo com o Painel, a vítima sem comorbidades mais jovem que faleceu por Covid-19 em MS tinha apenas 25 anos. A mulher era de Três Lagoas e foi notificada com a confirmação da infecção de Covid-19 em 8 de janeiro de 2021, três dias depois de ter feito o teste RT-PCR — considerado padrão ouro.

Apenas quatro dias depois ela faleceu por causa da doença. Assim como as outras 199 vítimas, ela não foi registrada com nenhuma comorbidade. Em 8 de abril deste ano, uma jovem de 26 anos não resistiu ao coronavírus.

Também sem comorbidades, a mulher de Nova Andradina chegou a ser internada em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) por três dias antes de falecer. Confira quantos óbitos de pessoas sem doenças prévias MS registrou a cada dois meses desde o começo da pandemia:

  • Dezembro e novembro de 2020: 38 mortes
  • Outubro e setembro 2020: 31 mortes
  • Agosto e julho de 2020: 38 mortes
  • Junho e abril 2020: 8 mortes

Variantes

Está cada vez mais evidente que a Covid-19 não é perigosa apenas para os idosos. Em 2021, casos graves e mortes de adultos jovens pela doença dispararam no Brasil. Entre janeiro e março, o número de óbitos disparou 353% entre pessoas de 30 a 39 anos, e 419% na faixa etária dos 40 a 49 anos, segundo o último boletim do Observatório Covid-19, da Fiocruz.

O aumento na população em geral no mesmo período foi de 223%. A mortalidade segue superior em idosos, mas a idade média das vítimas do coronavírus baixou de 71 em janeiro de 2021 para 66 em março.

Dados dos Cartórios de Registro Civil mostram que, só em março, 21 mil brasileiros entre 30 e 59 anos morreram de Covid-19. É um número três vezes maior do que o observado entre julho e agosto do ano.

Dada a mudança brusca dos pacientes críticos, os médicos também suspeitam que a variante P1 possa ser mais agressiva. Isto é, ela teria maior capacidade de desencadear consequências sérias mesmo em um organismo jovem e saudável.

Segundo a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), a mortalidade de pacientes com menos de 45 anos internados em unidades de terapia intensiva (UTIs) triplicou de 13% em meados de novembro para 38,5% em março. Isso significa que, para cada dez adultos jovens brasileiros internados numa UTI no mês passado, cerca de quatro não resistiram à doença

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