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Três seguem desaparecidas após queda de ponte no rio Tocantins 

Buscas de vítimas após queda da ponte de Estreito, entre o TO e o MA Foto: Luiz - Crédito: Luiz Henrique Machado/Corpo de Bombeiros Buscas de vítimas após queda da ponte de Estreito, entre o TO e o MA Foto: Luiz - Crédito: Luiz Henrique Machado/Corpo de Bombeiros

A queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os estados do Tocantins e do Maranhão, completou duas semanas neste domingo, dia 05 de janeiro. São 14 dias de luto para as famílias de 14 vítimas localizadas e angústias aos parentes de três pessoas que ainda estão desaparecidas nas águas do Rio Tocantins.

O desabamento da ponte aconteceu na tarde do dia 22 de dezembro de 2024. Era pouco antes das 15h quando o vão central da estrutura, que tinha mais de 60 anos, se rompeu levando junto aos escombros dez veículos e seus ocupantes. Ao todo, 18 pessoas foram vítimas do colapso da ponte, sendo que apenas um homem conseguiu sobreviver.

Antes da ponte cair, moradores dos dois estados já alertavam as autoridades sobre a situação da estrutura. A queda aconteceu no exato momento que o vereador de Aguiarnópolis, Elias Júnior (Republicanos), filmava o local para denunciar os problemas da ponte que liga a cidade a Estreito, no Maranhão.

Ela servia de travessia entre os estados e para atender o corredor Belém-Brasília desde a década de 1960, quando foi inaugurada. Segundo documentos de inspeção feita em 2019 pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), houve uma recuperação estrutural entre os anos de 1998 e 2000, mas passados mais de 20 anos, ainda havia muito o que fazer para torná-la segura. A Polícia Federal e órgãos ministeriais estão apurando as causas do desmoronamento.

Ao longo das últimas duas semanas, os trabalhos da Marinha do Brasil, Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil, polícias Civil e Militar dos dois estados e outros órgãos se concentraram no resgate às vítimas que afundaram junto com os veículos.

Para isso, foi preciso empregar o trabalho de mergulhadores e equipamentos de última geração para analisar a situação dos veículos que caíram no Rio Tocantins. Ao todo, são quatro caminhões, duas caminhonetes, um carro e três motos.

Primeiras preocupações

Na primeira semana, a preocupação se formou em torno das cargas que estavam sendo carregadas pelos caminhões. Dois estavam com 70 toneladas de ácido sulfúrico e um com 22 mil litros de agrotóxicos. Tanto que foi preciso suspender os trabalhos dos mergulhadores nos primeiros dias para análise da situação da água e descartar ou afirmar possível vazamento das cargas, que comprometeria ainda o meio ambiente.

Até a autorização das equipes para conseguirem chegar ao fundo do rio, os corpos de algumas vítimas acabaram submergindo, permitindo assim o resgate na superfície.

No dia 25 de dezembro, equipes da Secretaria do Meio Ambiente do Maranhão e da Marinha informaram que não houve contaminação na água, por isso as buscas com mergulhadores foram retomadas.

Por causa dos riscos perto dos pilares da ponte que ainda ficaram em pé, foi preciso instalar equipamentos para medir possíveis abalos na estrutura e garantir a segurança dos mergulhadores.

Buscas pelas vítimas de ponte são retomadas após instalação de sensores em pilares

O ponto do Rio Tocantins por onde a ponte JK atravessava tem cerca e 48 metros de profundidade. Além desse fator, os escombros acabaram dificultando as buscas pelos desaparecidos.

Para os trabalhos, estão a força-tarefa organizada com os mergulhadores e utiliza drones e equipamentos subaquáticos da Polícia Federal, da Transpetro/Petrobras e da Marinha do Brasil. Também integram as equipes 87 militares da Marinha, além dos 20 militares que participam remotamente, em Belém (PA), do planejamento e da logística da operação.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) organizou profissionais papiloscopistas e legistas na força tarefa, que trabalham na identificação e liberação dos corpos.

Conforme a Marinha, foram disponibilizados veículos subaquáticos operados à distância (ROVs), que permitem a realização de investigações em ambientes aquáticos de difícil acesso, garantindo segurança tanto para as equipes de mergulho quanto para as operações de resgate.

Equipados com câmeras e iluminação, os robôs ROVs possibilitam visualizar e mapear o fundo do rio, identificando possíveis vítimas e objetos de interesse sem a necessidade da presença de mergulhadores, conforme explicou o almirante.

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