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Prefeito paraguaio ferido em atentado continua em “fase crítica”, diz governador

José Carlos Acevedo Quevedo durante entrevista ao Campo Grande News em janeiro de 2020, quando 76 presos fugiram de um presídio no Paraguai (Foto: arquivo / Marcos Maluf) José Carlos Acevedo Quevedo durante entrevista ao Campo Grande News em janeiro de 2020, quando 76 presos fugiram de um presídio no Paraguai (Foto: arquivo / Marcos Maluf)

Interior

No hospital, José Carlos Acevedo Quevedo sofreu parada cardíaca e foi reanimado pela equipe médica

O prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo Quevedo, de 53 anos, continua internado em fase crítica, disse o irmão dele, o governador de Amambay, Ronaldo Acevedo, na manhã desta quarta-feira (18).

Acevedo saía de uma reunião com vereadores na sede da Câmara Municipal localizada em frente ao Palácio da Justiça na tarde de ontem (17), quando foi atacado a tiros por pistoleiros em um carro branco. Pelo menos 11 tiros de pistola foram disparados.

Conforme o jornal ABC Color, o prefeito foi atingido por sete tiros, dois deles no pescoço. No hospital, a vítima sofreu  parada cardíaca e foi reanimada pela equipe médica que conseguiu reverter a situação.  Em entrevista coletiva, os médicos David Peña e Fátima Medina informaram que o prefeito perdeu muito sangue. "O coração está começando a mostrar sinais de falência”, disseram os profissionais de saúde.

Ontem, a informação era de que Acevedo poderia ser transferido para outra unidade hospitalar da Capital do Paraguai, Assunção, ou até mesmo para o Brasil. Mas, segundo o governador, por enquanto não será possível fazer a transferência até que o estado de saúde do irmão se estabilize.

Durante a entrevista ao jornal paraguaio ABC Color, Ronald Acevedo, que teve a filha assassinada com outras três pessoas em ataque em Pedro Juan Caballero, em 9 de outubro do ano passado, culpou o presidente pela tragédia e afirmou que o Paraguai não tem uma política de Estado para lidar com o crime organizado. “A guerra está perdida”, disse.

Ronald disse que o irmão não havia recebido ameaças de morte. Ao ser indagado sobre as possíveis causas do ataque, o governador acredita que o crime aconteceu porque “nós fazemos nosso trabalho, como aconteceu com Pecci”. Ele fez referência ao promotor Marcelo Pecci, que atuava contra o narcotráfico e foi assassinado na semana passada na Colômbia.

Reeleito em outubro do ano passado, José Carlos Acevedo é filiado ao Partido Liberal. Poucos dias antes da eleição de outubro, ele causou polêmica ao chutar o corpo de um traficante, vítima da chacina com quatro mortes, ocorrida em frente a um centro de eventos de Pedro Juan. Entre os mortos estava a sobrinha dele, filha do governador Ronald Acevedo.

Pedro Juan Caballero é separada por uma rua de Ponta Porã (MS), a 313 km de Campo Grande. Capital do departamento de Amambay, a cidade divide com a vizinha brasileira o título de principal base do crime organizado na fronteira.

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