Brasil

Polícia descobre lavagem de dinheiro do tráfico na compra de criptomoeda

A Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) descobriu sistema clandestino de mineração de criptomoedas ligado ao paraguaio Rodrigo Emilio Montalva Agüero, 41 anos, considerado homem de confiança do narcotraficante Miguel Ángel Insfrán Galeano, o “Tio Rico”.

Segundo a agência paraguaia, o esquema servia para lavagem de dinheiro do comércio internacional de cocaína. Rodrigo foi preso na noite do último sábado, dia 03 de fevereiro, quando tentava cruzar a Ponte da Amizade, para fugir para o Brasil.

Segundo o site Campo Grande News, a organização chefiada por “Tio Rico” atua na faixa de fronteira com Mato Grosso do Sul, onde faz lavagem de ativos através de empresas e instituições religiosas. Miguel foi preso há um ano no Rio de Janeiro e extraditado para o Paraguai pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

A mineradora clandestina de criptomoedas funcionava em um barracão localizado no bairro San Miguel, em Presidente Franco, cidade vizinha de Ciudad Del Este. Segundo a Senad, a propriedade pertence a Ever Cristobal Córdoba Villanueva, cunhado de Rodrigo Agüero. Ele não foi localizado.

No barracão, foram encontradas 12 máquinas mineradoras de bitcoin e um notebook em pleno funcionamento. A Senad informou que a organização, chefiada no Paraguai por “Tio Rico” e pelo uruguaio Sebastián Marset (que está foragido), usava criptomoedas para pagar carregamentos de cocaína.

Tio Rico

Miguel Ángel Insfrán Galeano, conhecido como Tio Rico, foi o criminoso mais procurado do Paraguai. Ele liderava uma organização criminosa envolvida em atividades ilícitas, incluindo tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro.

Tio Rico tinha planos de se tornar o principal fornecedor de cocaína para o Comando Vermelho, a maior facção criminosa do tráfico no Rio de Janeiro, visando expandir sua influência por todo o país. Após quase um mês de cerco, ele foi capturado em fevereiro de 2023 no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, pela Polícia Civil.

O narcotraficante é apontado como mandante da execução do promotor paraguaio Marcelo Pecci, em maio de 2022. O promotor foi assassinado enquanto passava lua de mel na praia de Cartagena das Índias, na Colômbia. 

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