Brasil

Ministério Público da Espanha pede 9 anos de prisão para Daniel Alves

O Ministério Público de Barcelona, na Espanha, pediu nesta quinta-feira, dia 23 de novembro, nove anos de prisão para o ex-jogador da seleção brasileira Daniel Alves.

Alves é acusado de ter estuprado uma mulher em uma boate em Barcelona em dezembro de 2022. Ele nega, mas está preso preventivamente desde janeiro deste ano, e irá a julgamento.

A Audiência Nacional de Barcelona - a Corte mais alta da cidade - disse que ainda não há data que o julgamento comece.

O brasileiro será julgado por agressão sexual - a Legislação espanhola não tem uma tipificação específica para o estupro, mas engloba esse crime dentro dos casos de agressão sexual, nos quais o réu pode pegar uma pena de até 15 anos de prisão, caso condenado.

A defesa do brasileiro não havia se declarado sobre o pedido do Ministério Público até a última atualização desta reportagem. No início de outubro, o advogado que havia assumido a defesa de Alves, o criminalista espanhol Cristóbal Martell, pediu demissão, alegando que considerava o caso como perdido.

Apesar de negar a acusação, Alves já deu quatro versões diferentes sobre o episódio em depoimentos à polícia e à Justiça locais (leia mais abaixo).

Réu

Depois de seis meses de prisão preventiva, Daniel Alves foi formalmente acusado em julho e virou réu no caso.

Seu então advogado, Cristóbal Martell, disse que não iria recorrer para tentar acelerar o processo - por lei, a defesa tem direito a recorrer da conclusão das investigações que a Justiça espanhola realiza antes de levar casos a julgamento.

Todas as estratégias anteriores dos advogados para retirar o jogador da prisão falharam - eles apresentaram uma série de recursos tentando garantir que o brasileiro não fugiria para o Brasil, mas a juíza do caso não se convenceu e manteve a prisão.

Em uma tentativa de responder ao processo em liberdade, Alves chegou a levar os filhos e a ex-mulher para Barcelona alegando que sua família passaria a viver na cidade e, assim, não haveria risco de fuga.

"Ele está contrariado e não concorda com as conclusões, mas manifestou à juíza que não recorrerá por seu desejo de agilizar o processo", declarou o advogado a jornalistas.

Nas conclusões da investigação prévia ao julgamento, a juíza responsável pelo caso disse entender que as diversas contradições de Alves dão "indícios racionais suficientes" de suspeitas.

Prisão preventiva

Desde janeiro, quando foi ouvido pela polícia pela segunda vez e se contradisse, Daniel Alves está em prisão preventiva, sob a alegação de risco de fuga. Ele não tem direito a fiança e seguirá no mesmo presídio, nos arredores de Barcelona, enquanto aguarda o julgamento.

O brasileiro mudou sua versão pelo menos três vezes. Na primeira vez em que falou sobre o caso, em um programa de TV da Espanha, ele afirmou que nem sequer conhecida a denunciante.

Em abril, já preso, ele declarou à juíza responsável pelo caso que manteve relações sexuais consensuais com a jovem sem penetração. Ele argumentou ter mentido em um primeiro momento para ocultar a relação extraconjugal da esposa, a modelo espanhola Joanna Sanz, que posteriormente pediu a separação.

Em uma última versão, Alves reconheceu que houve penetração, mas repetiu que a relação foi consensual, o que a suposta vítima nega.

A juíza do caso também determinou que Alves precisará pagar 150 mil euros (cerca de R$ 784 mil) à suposta vítima para cobrir eventuais danos e prejuízos. O valor já foi depositado, em outubro, por sua defesa.

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