Brasil

José fez mais de 20 estátuas em casa para contar história da cidade

Entrada do quintal tem estátua de Beliago, fundador de Coxim. (Foto: Sidney Assis) Entrada do quintal tem estátua de Beliago, fundador de Coxim. (Foto: Sidney Assis)

Arquitetura

Quintal de casa foi transformado em museu com história da cidade e suas figuras importantes

Das lendas que correm de boca em boca à história de Domingos Gomes Beliago. Coxim, a 284 quilômetros de Campo Grande, tem o Museu Parque Temático do Pantanal, fundado em 13 de outubro de 2003 por um europeu apaixonado pelas esculturas, que decidiu usar a arte como ferramenta para ensinar.

O autor de todas as obras no museu é José Alves Branco de Correa, nascido Andorra, que desde 1977 vive no Brasil e há mais de 40 anos mora em Coxim. Foi com intuito de mostrar sua arte e contar a história do município que ele decidiu fazer um museu no quintal de casa.

“É uma forma especialmente das crianças aprenderem facilmente a história. Às vezes você fala, explica e depois ninguém se lembra do nome de pessoas importantes. Mas as estátuas ajudam nesse aprendizado”, avalia José

A sequência de mais de 20 estátuas no quintal contam a história de Coxim. José começa pelo fundador da cidade, o Beliago, e segue contando histórias de contemporâneos até mitologias da cidade.

Uma das lendas mais antigas de Coxim é a de um padre enterrado de cabeça pra baixo, a narrativa também foi transformada em estátua pelo escultor. Tem ainda imagem de Nossa Senhora do Pantanal e homenagem a Zacarias Mourão,  poeta e compositor  de Pé de Cedro.

As estátuas são todas feitas por José, com barro, matéria-prima que ele não troca por nada. Cada obra traz não só valor histórico, mas afetivo. O escultor aprendeu a arte com a mãe, que um dia aprendeu com o avô. A técnica passada de geração é motivação diária de José. “Sou um apaixonado pelas esculturas”

Há anos o local virou um ponto turístico na cidade e motivo de orgulho para o escultor. “Foi uma forma que eu encontrei de homenagear a cidade, que me recebeu tão bem”, explica.

Confira a galeria de imagens:

Chegada ao Brasil 

José conta que veio para o Brasil a convite de um italiano. Era 1977 quando desembarcou no Galeão, no Rio de Janeiro. Deu aulas de literatura, francês e seguiu com as esculturas.

Foi em um emprego como vendedor que ele conheceu Mato Grosso do Sul. “À época todo mundo me assustou dizendo que tinha jacaré, onça e animais pelas ruas.  Foi assim que me apaixonei, pesquei, fiz parque temático e várias estátuas. Minha casa é Coxim”, finaliza.

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