Consumidores compartilham estratégias para driblar alta de preços nas compras de supermercado
As famílias campo-grandenses estão reduzindo compras e revezando a aquisição de itens para gerenciar o aumento de preços, principalmente dos alimentos. Para detalhar essa realidade, o Campo Grande News conversou com consumidores e fez levantamento de preços em supermercados da Capital nesta quinta-feira (12). Na comparação entre atacadistas, a diferença no preço do quilo do feijão chegou a R$ 2,00.
O preço dos alimentos é o que mais tem pesado no bolso da auxiliar de limpeza Elaine da Silva Mendes, de 51 anos. “Tudo subiu, o gás, a luz, mas os alimentos subiram bastante”, analisa. Para ela, os maiores aumentos são sentidos no preço do óleo de soja e da carne. Para driblar a realidade, ela reduziu o consumo de tudo o que pode. “Carne, só uma vez na semana agora”, detalha.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em abril, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em Campo Grande foi o 3º maior do País, alcançando 1,21% e ficando atrás somente do Rio de Janeiro (1,39%) e Aracaju (1,36%), o que deixou a Capital empatada com Belém e Brasília.
Dos 9 grupos de produtos e serviços analisados, 8 tiveram alta de preços em abril em Campo Grande. O grupo alimentação e bebidas (2,02%) teve o maior impacto no índice em abril. Os principais destaques vieram dos subitens batata-inglesa (40,08%), que apresentou aumento em relação ao mês anterior (0,94%); leite longa vida (7,23%) e cereais, leguminosas e oleaginosas (4,47%).
Driblando - Para driblar os aumentos a empreendedora Darlene Saab, de 65 anos, está controlando as compras. “Apesar de ter uma renda boa, a gente sente o impacto desses aumentos, não tem como não sentir. Eu não faço mais mercado como fazia antes, a compra é mais econômica agora”, afirma.
Outra estratégia que ela usa é substituir produtos parecidos. “Eu gosto de um pão especial, com especiarias, mas ele custa cerca de R$ 22,00. Então, tenho comprado outro pão que também gosto, mas que é bem mais barato, por exemplo. No caso da carne, sempre comprei filé, mas agora compro outros cortes e, em alguns casos, compro menos”, compartilha.
A dona de casa Paula Natália Silva Leão, de 32 anos, é beneficiária do Renda Brasil, o programa de transferência de renda que substituiu o Bolsa Família, e conta que há algum tempo ela usava o recurso com mais conforto. “Hoje, eu saio do mercado com duas, três sacolas. Preciso escolher o que vou comprar. Cada mês eu escolho o que levar. Se ainda tem um pouco de arroz do mês passado, esse mês não compro arroz. Carne quase eu não compro mais, estou comprando mais frango mesmo”, relata.
Pesquisa - Ela é mãe de três meninas e, mesmo diante da demanda doméstica, não abre mão de pesquisar preços. “Às vezes até gasto um pouco mais com transporte, porque vou de ônibus nos supermercados, mas vale a pena para eu comprar com o melhor preço”, completa.
Ficar “de olho” nos preços dos estabelecimentos é uma saída eficiente. Abaixo, fizemos uma tabela para comparar o preço de itens básicos em três diferentes supermercados da Capital.
Confira os valores:
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