Casal adquiriu os aparelhos que hoje ocupam um lugar especial na sala de casa, mas deixa muita saudade
Os rádios antigos e a saudade do grande amor são tudo que Eloiza Martins de Brito Gonçalves, de 58 anos, tem de mais valioso. Ao decorrer dos anos que passaram juntos, ela e Elias conquistaram a coleção que continua na estante da sala de casa. Além dos aparelhos do marido, que partiu em 2021, ela também guarda com carinho os que foram presentes dos pais.
Criada numa fazenda em Alcinópolis, a 311 km de Campo Grande, Eloiza cresceu ouvindo as modas apaixonadas tocadas nos rádios. Naquele ambiente, o amor por eles começou para nunca mais acabar. “Lembra a minha infância na fazenda. A gente ouvia aquelas músicas bonitas na rádio. Era muito bom. Meu pai e minha mãe tinham e eu aprendi a gostar”, recorda.
Ainda na infância, ela se mudou para Campo Grande, mas não deixou de lado o apreço pelo equipamento, que hoje são verdadeiras relíquias. Por coincidência ou sorte, ela encontrou alguém que compartilhava do mesmo fascínio. “Ele não podia ver uma rádio que já falava para a pessoa que queria comprar”, conta.
No total são 27 rádios, sendo que alguns estão guardados na casa de outro familiar. Dos 32 anos de casados, eles passaram 15 anos comprando os itens. “A gente encontrava nas fazendas, na cidade e tem uns que meu marido ganhou”, explica.
Além dos que pertenciam ao marido, Eloiza guarda o ‘radinho preto’ do pai e outro que era da mãe. Ela recorda que na época pediu ao pai de presente, porque ainda não tinha nenhum. “Eu falei pra ele me dar, porque não tinha conseguido nenhum porque era muito caro. Aí ele me deu e para o meu esposo, mas o pessoal sumiu com ele”, desabafa.
De acordo com ela, esse não foi o primeiro e nem o último rádio da coleção a sumir. “Aconteceu que a gente foi juntando e ele (Elias) mandava arrumar, mas o povo ia sumindo”, fala. Hoje, ao olhar para os que ficaram, ela diz que lembra dele. “Meu esposo faleceu de covid e aí ficou só lembrança”, relata.
Devido a saudade e a lembrança constante do marido provocada pelos aparelhos, Eloiza está considerando vender as relíquias. No Facebook, ela até pediu para fazerem um anúncio de vendas. “Agora eu queria vender, porque eu fiquei muito triste”, resume.
Contudo, ela confessa que ainda está pensando se leva a ideia adiante. “Acho que eu não tenho coragem. Tem muita lembrança, tem um som que ele amava e os discos de hinos. Ele gostava muito. A gente ia almoçar no restaurante na Rua Brilhante e ficava curtindo a coleção do dono”, expõe.
Embora seja apaixonada pelos rádios, Eloiza não é uma colecionadora apegada a detalhes técnicos, como modelo e ano dos aparelhos. “Eu não sei falar o ano de todos. Tem uns que são bem antigão com mais de 30 anos”, declara.
Enquanto não decide se irá passar os rádios adiante, Eloiza segue os guardando em casa com muito cuidado. Como alguns não funcionam, os aparelhos servem para deixar a sala mais charmosa. “É mais pra fazer decoração, para quem gosta de colecionar”, conclui.
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