Um evento em São Paulo que reúne lideranças políticas e apoiadores começou neste sábado, dia 07 de maio, para o lançamento oficial da chapa encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva com Geraldo Alckmin (PSB) como vice para concorrer à Presidência da República nas eleições de 2022.
Os pré-candidatos serão apresentados no Expo Center Norte, na Zona Norte da capital paulista. O encontro começou por volta das 10h30 e a expectativa é pelo discurso dos dois políticos. Lula compareceu, Alckmin, no entanto, participou apenas de forma virtual, já que foi diagnosticado com Covid-19 nesta sexta-feira (6). Ele foi o primeiro a falar.
Diagnosticado com Covid-19, Alckmin lamentou em seu discurso gravado não estar presente no evento, mas agradeceu à vacina por ter tido apenas sintomas leves.
Alckmin
"Absolutamente nada servirá de razão ou pretexto para que eu deixe de apoiar ou defender a volta de Lula à presidência do Brasil", disse Alckmin num discurso mostrado num telão do evento. Ele criticou o atual governo, do presidente Jair Bolsonaro (PL), outro pré-candidato à reeleição. "O Brasil sobrevive hoje ao mais desastroso e cruel governo da sua história. Socialmente injusto e irresponsável. Prometemos hoje ao Brasil um governo realmente democrático."
"Presidente Lula, mesmo que muitos discordem da sua opinião de que lula é um prato que cai bem com chuchu, o que eu acredito vem ainda se tornar um hit da nossa culinária, quero lhe dizer perante toda a sociedade brasileira: Muito obrigado. Serei um parceiro leal, seriamente compromissado com seu propósito de fazer o Brasil um país mais justo e economicamente mais forte", disse o ex-governador.
"Obrigado presidente Lula por me dar o privilégio da sua confiança", falou Alckmin. "Lula é hoje a esperança que resta ao Brasil".
Lula
Ao longo do evento, também foram exibidos vídeos no telão com a trajetória de Lula em seus dois governos. Também foi mencionado o período em que o ex-presidente ficou preso pelas investigações da Lava-Jato e a anulação de sua condenação.
Depois Lula discursou lendo. "Hoje é um dia especial, inclusive saio daqui, Haddad, na expectativa de que nós vamos comer chuchu com lula. E acho que a nossa companheira Bella Gil pode abrir um espacinho no restaurante dela de lula e chuchu, que eu acho que vai ser o prato predileto de todo ano de 2022. E esse prato se tornará o prato da moda para o Palácio do Planalto a partir das eleições".
"Tudo o que fizemos e o povo brasileiro conquistou está sendo destruído pelo atual governo", disse o ex-presidente sobre o atual presidente Bolsonaro. "Não vamos desistir, nem eu e nem o nosso povo. A causa pela qual lutamos é o que nos mantém vivos".
"Temos muito a aprender com os povos indígenas", falou Lula. "Defender a nossa soberania é garantir a posse de suas terras aos povos indígenas".
"Nunca um governo como esse que está aí estimulou tanto o preconceito", discursou o pré-candidato.
A assessoria de imprensa de Lula informou que não haverá coletiva após o discurso.
Entre os políticos presentes estão a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o pré-candidato ao governo de SP Fernando Haddad (PT), o líder do MTST Guilherme Boulos (PSOL) e o governador do Maranhão Flávio Dino (PSB), o pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSB Márcio França, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) e a deputada federal Luiza Erundina (PSOL). Intelectuais, acadêmicos e lideranças religiosas também estão presentes. A cantora Teresa Cristina cantou o hino nacional na abertura do evento.
Além das lideranças do PT e do PSB, a cerimônia também conta com a presença dos partidos que já declararam apoio formal à chapa: PCdoB, Solidariedade, PSOL, PV e Rede. Centrais sindicais, movimentos sociais e militância das legendas também foram convocadas.
A expectativa dos organizadores é de que o evento reúna 4 mil pessoas. O material de campanha da chapa "Vamos Juntos pelo Brasil" incorporou as cores da bandeira, além do tradicional vermelho do PT.
A formalização da aliança para efeitos estatutário e de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve ocorrer apenas após 4 e 5 de junho, quando está marcado o Encontro Nacional do PT.
A escolha de Alckmin para a chapa faz parte de uma estratégia para que Lula consiga buscar votos de eleitores mais identificados com o centro.
Segundo apurou o blog da Andréia Sadi, a expectativa da campanha após o lançamento é a de que os dois se dividam em busca de votos: cada um com uma agenda. No caso de Alckmin, um roteiro voltado para religiosos, agronegócio e também eleitores do Sudeste - especialmente São Paulo - onde o PSDB governou por mais de 15 anos, derrotando o PT.
De acordo com a última pesquisa Datafolha, Lula tem 43% das intenções de voto no primeiro turno, contra 26% de Jair Bolsonaro (PL).
Indicação de Alckmin
O diretório nacional do PT aceitou em 13 de abril a indicação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) para compor a chapa presidencial ao lado do ex-presidente Lula nas eleições de outubro.
Mesmo com mobilizações contrárias dentro da sigla, Alckmin teve a indicação aprovada por 68 votos favoráveis e 16 contrários (13 contrários a Alckmin como vice, mas a favor de aliança com o PSB; e três contrários a Alckmin e à aliança com o PSB).
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o ex-governador do estado Marcio França (PSB) foram os principais articuladores da aliança. No contexto de negociação para a disputa presidencial deste ano, Lula e Alckmin apareceram juntos pela primeira vez no final de 2021, em jantar organizado por um grupo de advogados em São Paulo.
Em 2006, os dois se enfrentaram no segundo turno da eleição presidencial, quando Lula foi reeleito para o segundo mandato.
Para que a aliança deste ano fosse possível, Alckmin se filiou em 23 de março ao PSB, depois de deixar o PSDB após mais de 33 anos de trajetória na legenda.
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