O incêndio de grandes proporções que destruiu área considerável na Bolívia e atravessou a fronteira, ameaçado a reserva indígena guató localizada na Serra do Amolar, no extremo-Noroeste de Mato Grosso do Sul, foi controlado pelos soldados do Corpo de Bombeiros e brigadistas que atuam na região no início dessa semana. Dois aviões foram utilizados no combate às chamas, incluindo o Air Tractor adquirido ano passado pelo governo do Estado.
A equipe de solo, composta por 10 bombeiros realizou reconhecimento da área iniciando o combate às chamas que se estendeu até a madrugada desta terça-feira (8), com o uso de sopradores, mochilas costais com água e abafadores, explicou o assessor militar da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), tenente-coronel bombeiro Leonardo Rodrigues Congro. No lado boliviano, segundo mapeamento do Sistema de Alerta Temprana de Incendio Florestales (SATIF), o fogo destruiu 275 hectares entre os dias 1° e 6 de novembro.
No dia 7 o incêndio atingiu o território brasileiro e ameaçava destruir a reserva indígena. Rapidamente as equipes de combate a incêndios – que já vinham monitorando a região – entraram em ação e conseguiram isolar e controlar o foto. O secretário da Semagro, Jaime Verruck, destacou que a integração das equipes de solo e de ar foi muito importante para fazer o combate e controle dos focos no lado brasileiro. “A ação dos homens em solo, apoiados pelos aviões que despejaram milhares de litros de água sobre os focos, conseguiram êxito e o fogo foi debelado. Agora estamos monitorando via satélite e os bombeiros continuam no local para alguma eventualidade. Entretanto, os meteorologistas do CEMTEC/MS avisam que há previsão de chuva para o fim de semana, o que deve extinguir completamente as chamas”, afirmou.
Os bombeiros tiveram apoio de brigadistas do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), que junto com outras entidades integra o Grupo de Resgate Técnico Animal de Mato Grosso do Sul (GRETAP/MS), para monitorar a fazer o salvamento de animais que por ventura viessem a ser afetados pelo fogo. No dia 8 os bombeiros enviaram mais 12 militares para ajudar nas ações de solo e na quinta-feira (10) todos os focos estavam controlados, conforme relatório divulgado pela corporação. No lado brasileiro a área atingida soma 177 hectares, o que equivale a 247 campos de futebol, segundo o relatório dos bombeiros.
O Comandante da Operação, major bombeiro Fábio Pereira de Lima, afirma que “a equipe de solo continua realizando o combate nas áreas onde ainda existem chamas e o rescaldo daquelas em que o incêndio já foi controlado, bem como construindo aceiros preventivos a fim de se evitar a reignição do fogo e seu alastramento, caso isso venha acontecer em algum ponto da região”. Durante os sobrevoos, constatou-se que os focos ainda remanescentes estão isolados, o que dificulta sua propagação às áreas ainda não atingidas.
Segundo dados catalogados pelos meteorologistas do CEMTEC/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), nos últimos dias a região de Corumbá tem enfrentado altas temperaturas, acima de 38°C, aliadas à baixa umidade relativa do ar com índices de 11% e 12%, por exemplo, nos dias 8 e 9 de novembro, respectivamente. Essa combinação de altas temperaturas e baixa umidade do ar tornam o ambiente propício para ocorrência ou intensificação dos incêndios florestais.
Entretanto, as chuvas que já ocorrem desde a madrugada dessa sexta-feira (11) e atingem todo Estado devem permanecer até a terça-feira da próxima semana, dia 15, favorecendo o enfraquecimento ou mesmo dissipando as chamas que ainda restarem na região. Os modelos de previsão de tempo indicam acumulados de até 30 milímetros de chuva para os próximos 10 dias.
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