Brasil

Após meses em falta, Hospital Regional recebe 18 mil doses de antibiótico para superbactéria

HRMS alega que enfrenta falta do medicamento desde novembro do ano passado

Depois de meses em falta, o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) recebe 18 mil doses de Polimixina B. O medicamento é utilizado para tratar infecção por superbactéria que, segundo o hospital, é comum no uso prolongado de ventiladores mecânicos. A superbactéria já foi motivo de investigação no MPMS (Ministério Público) há 18 anos, após 32 pessoas morrerem e, recentemente, pacientes internados com Covid-19 contraíram o germe no hospital.

O Hospital Regional alega que sofre desde novembro do ano passado com a falta do antibiótico, devido à demanda mundial ocasionada pela pandemia. O HRMS informa que há alguns contratos vigentes de Polimixina B e que uma das empresas chegou a fracionar a entrega em várias parcelas, mas fez o último envio do medicamento em março deste ano, deixando de entregar outros três lotes. 

O diretor do Regional, Dr. Lívio Viana de Oliveira Leite, afirma que a empresa foi notificada, multada, e mesmo assim, não cumpriu com o contrato. “Temos empenhos, e entregas em atraso e infelizmente os fabricantes dão sempre a mesma resposta: falta de matéria-prima para produção. O Ministério Público já foi acionado, as empresas multadas, conforme cláusulas contratuais, mas infelizmente as entregas ainda estão em atraso”.

MPMS investiga superbactéria no Regional

O MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) instaurou inquérito para apurar a existência de superbactéria no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) e a falta de antibióticos para combater o germe, principalmente no período da pandemia. No fim do mês passado, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) informou que a compra de 33,7 mil doses do medicamento Polimixina B duraria de 6 meses a 1 ano no estoque do hospital. 

Na investigação iniciada no fim deste mês, a promotoria também deve apurar a relação da compra de antibióticos para conter a bactéria. A denúncia levanta suspeita sobre a quantidade de doses compradas no último pregão aberto pela prefeitura, 33,7 mil doses. Para o denunciante, o número elevado de doses indicaria um novo surto causado pela superbactéria no hospital. 

Medicamento essencial para internados em UTI

O medicamento é extremamente importante em casos de internações em UTI, como afirmou o Sinmed MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) em reportagem anterior do Midiamax. De acordo com o médico presidente do Sinmed MS, Marcelo Silveira, o uso é feito quando outros medicamentos já foram utilizados no paciente. "Polimixina é um tipo de antibiótico usado para combater bactérias mais resistentes. Para pacientes internados a longo prazo ele é sim essencial". 

O uso do antibiótico não é exclusivo para pacientes Covid-19 e costuma acontecer em internações de UTI. “No entanto, com a pandemia, esses pacientes [Covid-19] permanecem muito tempo internados e possuem outras infecções além da Covid, esses antibióticos passaram a fazer uma demanda de uso muito grande”, explicou o presidente do Sinmed. 


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