Empreendedora decidiu vender os doces e realizar o sonho que Maria Elisa não teve tempo para cumprir
O pão de mel tradicional era uma das especialidades da mãe de Evelin Alce, de 33 anos. Embora nunca tenha tido intimidade com a cozinha, a empreendedora acertou de primeira a receita da sobremesa, que só não é mais doce que o jeito carinhoso da dona Maria Elisa. Neste mês, Evelin começou a vender os pães de mel que sempre foram sucesso na família.
Maria, que partiu aos 61 anos, vítima de covid-19, sempre quis comercializar a receita, mas nunca conseguiu. "Minha mãe cuidava da minha vó, então ela não conseguiu profissionalizar", conta a empreendedora. Contudo, o sonho foi levado adiante por Evelin que, por meio das vendas, hoje consegue ter uma renda extra em casa.
Mãe da pequena Liz Maria, de 1 ano e 5 meses, ela conta que precisava de uma ocupação. “Eu queria trabalhar, mas não tinha com quem deixar a Liz. Eu falei pro meu marido: ‘Vou fazer o pão de mel da minha mãe e, se der certo vou vender’. Para a minha surpresa, a primeira receita que fiz ficou igualzinha a dela”, fala.
Com o apoio do livro de receitas, ela seguiu cada anotação com segredos extras para produzir o pão de mel recheado com doce de leite. Após a família aprovar, Evelin começou a vender o doce a R$ 6. Posteriormente, ela também criou outros recheios, como brigadeiro, paçoca e beijinho. Agora, o marido é quem faz as entregas na região do Bairro Universitário, porém quem compra tem a opção de retirar direto na residência do casal.
Uma pessoa doce - Conhecida como Bia pela família e amigos, Maria Elisa era a pessoa que sempre estava testando ou aprimorando alguma receita nova. Em casa, Evelin guarda o caderno que traz algumas dessas invenções gastronômicas. Nas folhas, sendo algumas preenchidas com a própria caligrafia de Maria, estão o passo a passo do bolo gelado, massa para torta, torta de bombom e por aí vai.
Mulher de fé, Maria ficou cinco anos sem tomar um gole de café, pois tinha feito uma promessa importante. Evelin relata o motivo da mãe ter parado de consumir a bebida favorita. “Eu demorei sete anos para engravidar. Com dois anos que estava tentando, a minha mãe fez a promessa que só ia tomar café se eu engravidasse. No dia que descobri que estava, fiz um café e levei para ela”, recorda.
Em meio a alegria e comemoração pela chegada da bebê, Maria contraiu covid-19. Depois de dez dias internada, ela não resistiu e faleceu em dezembro de 2020. “Nunca imaginei que ia perder ela. Estava tudo pronto, porque a gente já tinha combinado que ela ia cuidar de mim”, comenta Evelin. Em fevereiro do ano seguinte, Liz Maria nasceu com um dos nomes recebidos em homenagem à avó.
Ao lembrar da mãe, a empreendedora destaca algumas das qualidades mais marcantes. "A minha mãe era muito doce. Acho que nunca vi ela de mal humor", expõe. Por essa razão, Evelin escolheu o 'Doce Mãe' como nome da marca dos pães de mel. O doce, segundo ela, é algo que a Liz vai poder ter como recordação da avó. "É o que minha filha vai ter de lembrança da avó dela, porque era o sonho da minha mãe ter uma neta que fosse filha minha", conclui.
Quem quiser experimentar os pães de mel da Doce Mãe, o perfil no Instagram é @docemaecg
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