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Ansiedade é "disciplina" que ainda acompanha alunos na volta às aulas

Escola Estadual Joaquim Murtinho, na Capital: acolhida e apoio psicológico para 1,6 mil alunos. (Foto: Caroline Maldonado) Escola Estadual Joaquim Murtinho, na Capital: acolhida e apoio psicológico para 1,6 mil alunos. (Foto: Caroline Maldonado)

Capital

Escola preparou acolhida para ajudar alunos que ainda enfrentam problemas psicológicos gerados no isolamento

A ansiedade verificada na volta às aulas presenciais depois da fase crítica da pandemia da covid-19 ainda é companheira de muitos alunos, no retorno para o 2º semestre. Na Escola Estadual Joaquim Murtinho, a diretoria organizou acolhida, focando principalmente o apoio psicológico aos estudantes.

Em Mato Grosso do Sul, 195 mil alunos retornam às aulas após período de férias. Desses, 45 mil são da Capital, sendo 1,6 mil na escola Joaquim Murtinho.

“Tá tendo muita ansiedade, principal questão é o fator emocional”, disse o diretor-adjunto da escola, Eugênio Parra. “Eles estão tendo muita carência de atenção”, explicou. A acolhida será bate-papo na quadra da escola, com todos os alunos, pouco antes do intervalo. A equipe também passou se preparou para o retorno, recebendo orientações sobre como lidar com fatores psicológicos que podem afetar os estudantes.

O período de isolamento da pandemia ainda afeta os alunos. Kemilly Kethellyn Rojas Cavassa de Moraes, 16 anos, disse que o retorno representa, assim como no 1º semestre, o reencontro com amigos e professores, mas, também, rever disciplinas temidas. “Eu tenho dificuldade na parte de cálculo, vejo que é a dificuldade da maioria”, opinou. No último bimestre, diz que ficou na média das notas nessas matérias. A estudante conta com a Intervenção, um reforço oferecido para alunos e que tem sido bom.

Para Leandro Ribeiro, 16 anos, o sentimento é semelhante ao de Kemilly: entusiasmo pelo reencontro com os amigos, mas apreensão com o estudo. “Ainda é complicado”, diz, explicando que há conteúdo que  não foi visto no 9º ano do Ensino Fundamental, prejudicado pelas aulas à distância. “Minha maior dificuldade é português e matemática, acho que da maioria também”.

A dificuldade com português e matemática é citada por Kauãn Penagio de Oliveira, 17  anos, que está enfrentando ainda o desafio de entrar em nova escola, mais próxima do bairro onde mora, a Vila Carvalho. O estudante também diz que a lista de matérias aumentou com o novo Ensino Médio, mas não deixou de citar o clássico pesadelo dos estudantes. “As mais complicadas ainda são português e matemática”.

Kemilly Kethellyn resume o desafio dos colegas: “Ainda vai ser período de recuperação; em todo o Brasil, vai demorar um pouco para os estudantes se recuperarem”.

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