Brasil

1° Arraial dos Povos de Terreiros teve feijoada, acarajé e muito samba

Além de trajes caipiras, fieis da umbanda e candomblé também usaram trajes religiosos. (Foto: Alex Machado) Além de trajes caipiras, fieis da umbanda e candomblé também usaram trajes religiosos. (Foto: Alex Machado)

Diversão

Festa uniu 20 terreiros de candomblé e umbanda, e provou que festejo junino com samba também é ótimo

Quando trata-se de religião ou festas juninas, é notável que os holofotes se voltam aos costumes ligados ao catolicismo e eventos realizados pelas igrejas. Mas na noite deste domingo (17), vinte terreiros de umbanda e candomblé em Campo Grande provaram que outras religiões também comemoram esse período, com uma festa linda, animada e cheia de cultura.

Foi assim o primeiro 1º Arraial Cultural dos Povos de Terreiro realizado no Armazém Cultural, com entrada gratuita. Adultos e crianças desfrutaram de uma festa que, além do tradicional forró e quadrilha típicos dos festejos juninos, levou ao público muito samba, feijoada, acarajé e outras comidinhas baianas.

Pais e mães de santo e outros fiéis de religiões de matrizes africanas saíram dos terreiros onde comumente dançam ao som dos ataques e foram para armazém animar o público com uma quadrilha que teve até “O Mar Serenou” na voz de Clara Nunes.

Nas barracas de comida, não faltou pipoca e nem pastel, mas se destacou entre as receitas a feijoada, o vatapá, o acarajé e o abará, comidas baianas que tem história e ancestralidade em seu tempero.

Para Deamir Lemes Ribeiro, o Pai Dea, presidente da Federação das Religiões de Povos de Terreros de Mato Grosso do Sul Ajô Nilê, a festa é uma conquista a ser celebrada. “A importância dessa festa é a visibilidade aos povos de terreiro e mostrar à sociedade que o samba, o pagode, vestes e comidas são oriundas dos terreiros, e principalmente promover a união entre os nossos povos”, destaca Deamir.

O pai de santo João Carlos de Odé também destacou a importância da união entre os religiosos. “É significativo para divulgar nossa ancestralidade. Já estamos cansados de nos esconder, nós temos que mostrar a nossa cultura”, pontua.

Aos 74 anos, a professora aposentada Nadir de Souza, saiu de casa e foi curtir a festa. “Fiquei muito curiosa em saber o que iria acontecer aqui e achei muito legal. Uma delícia ouvir músicas em ritmo de samba. Também quero comer um acarajé”, disse.

Uma das barracas mais lotadas era a do Pai Jil, do terreiro de candomblé Ile Sola. O público fez fila para comer o acarajé feito pela mãe Solange, que também arrasou no preparo do abará e acaçá, que são todas comidas baianas. “É uma felicidade imensa esse momento. É celebração, é cultura, é respeito”, finalizou Pai Gil.

Confira a galeria de imagens:

A festa rolou com muita animação até às 22h e, pelo sucesso, já deixou muita gente esperançosa pela segunda edição.

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